Bitcoin ETFs Mantêm 95% do Capital Investido Apesar da Queda no Mercado

Os fundos negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin mantiveram mais de 95% do capital investido, mesmo com a desaceleração dos influxos e a queda do preço do Bitcoin. A informação foi divulgada por James Seyffart, analista sénior de ETFs da Bloomberg.

Num post publicado a 14 de março na plataforma X, Seyffart revelou que os influxos para os ETFs de Bitcoin caíram para 35 mil milhões de dólares, em comparação com o pico de 40 mil milhões de dólares. No entanto, com ativos sob gestão de 115 mil milhões de dólares, a maioria dos fundos continua sólida, apesar da desvalorização de 25% do Bitcoin.

Investidores Mantêm Estratégia de Longo Prazo

Seyffart comparou a resiliência dos ETFs de Bitcoin com a dos ETFs tradicionais de ações dos EUA. Segundo ele, os investidores de longo prazo evitam vender em pânico durante períodos de baixa. Pelo contrário, muitos continuam a comprar, demonstrando uma transição do comportamento especulativo para estratégias de acumulação de riqueza.

Entretanto, dados da SoSoValue mostram que os ETFs spot de Bitcoin nos EUA registaram saídas de 870 milhões de dólares na última semana e 1,6 mil milhões no último mês. Analistas acreditam que estas saídas refletem o padrão típico de “comprar no rumor, vender na notícia”.

A iniciativa da Reserva Estratégica de Bitcoin foi mencionada pela primeira vez por Donald Trump em julho de 2024. Esse anúncio gerou especulações e impulsionou a compra de Bitcoin. Quando a confirmação oficial surgiu no Crypto Summit, o mercado já havia precificado a informação, resultando numa venda massiva.

Indicadores Sugerem Enfraquecimento do Mercado

Outros sinais apontam para uma possível fraqueza no mercado de Bitcoin. O colaborador da CryptoQuant, Darkfost, destacou uma queda acentuada na procura desde dezembro. A análise baseia-se na média móvel simples de 30 dias da procura aparente, que compara a nova oferta de BTC com a quantidade inativa há mais de um ano. Essa queda indica uma redução no número de compradores ativos e maior cautela no mercado.

Além disso, dados da Alphractal mostram que o rácio de Sharpe do Bitcoin, indicador de retorno ajustado ao risco, tem vindo a diminuir desde março de 2024. Mesmo quando o Bitcoin atingiu máximos históricos acima dos 100 mil dólares, o rácio indicou fragilidade. Isso reflete um aumento do risco por unidade de retorno.

A queda do rácio de Sharpe pode ser atribuída a fatores macroeconómicos, aumento da volatilidade e desaceleração dos retornos de curto prazo. Um declínio neste indicador sugere retornos menos previsíveis e maior oscilação nos preços. Assim, há possibilidade de correções no mercado.

Outro dado relevante vem da Santiment, que indica a venda de grandes quantidades de Bitcoin por parte dos grandes detentores. Na última semana, carteiras com 100 a 1.000 BTC venderam mais de 50.000 BTC, equivalentes a aproximadamente 4,07 mil milhões de dólares. Mudanças nos volumes detidos por baleias e tubarões do mercado costumam impactar significativamente as tendências do Bitcoin, levantando novas dúvidas sobre o futuro próximo da criptomoeda.

Conclusão

Apesar da resiliência dos ETFs de Bitcoin, os indicadores de mercado sugerem maior volatilidade no curto prazo. A diminuição da procura, a queda no rácio de Sharpe e a venda por parte de grandes detentores podem trazer desafios ao preço do Bitcoin.

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